Guerra ao
glúten?
As dietas sem glúten são a nova tendência, seguida
por cada vez maior número de pessoas.
Há quem deixe de comer glúten porque o organismo o
rejeita ou não o digere facilmente, mas há também quem o faça somente porque
acredita que está a fazer uma dieta mais sã e saudável.
O glúten é
uma proteína formada por outras duas proteínas (gliadina e glutenina) que são
as principais proteínas do trigo, aveia, centeio e cevada.
Muitos
especialistas e investigadores referem que se trata de uma proteína de difícil
digestão. O seu elevado conteúdo em prolina faz com que o glúten e as
prolaminas relacionadas se tornem resistentes à digestão promovida pelas
enzimas gástricas, pancreáticas e do próprio intestino. O desconforto
abdominal, flatulência, náuseas, obstipação ou diarreia e sensação de
enfartamento são os efeitos indesejáveis mais comuns. Mas também existem
sintomas documentados de enxaquecas, dermatites, sinusite, asma e outras
inflamações.
Apenas para quatro grupos de pessoas faz sentido
excluir o glúten:
1. Celíacos (com diagnóstico clínico
evidente de doença celíaca);
2. Indivíduos
com alergia ao trigo;
3. Pessoas
a quem foi diagnosticado a síndrome do
intestino irritável;
4. "Não-celíacos",
que apresentem sensibilidade ao glúten;
Não há evidência científica de que tirar o glúten emagreça e nem que
esteja relacionado com a obesidade. A perda de peso acaba por ser um efeito
secundário inerente a este tipo de dieta por um motivo muito claro e simples, uma
pessoa que comia um pacote de bolachas ao lanche, inicia uma dieta "glúten-free",
passa a comer uma fruta, é certo e sabido que vai emagrecer.
Naturalmente, que
ingerindo menos calorias, o emagrecimento será reflexo dessa troca e não da
retirada do glúten.
Se por outro lado, trocar as bolachas de farinha de trigo por bolachas sem
glúten, certamente não irá emagrecer devido a essa mudança específica.
Na realidade o glúten, está presente em muitas fontes de hidratos de
carbono de alimentos industrializados, ricos em calorias e gorduras, ao
eliminar estes alimentos da nossa alimentação, vai haver uma redução automática
de calorias e peso.
Na realidade, o que acontece hoje em dia é que cada vez mais existem
pessoas que se inserem no grupo daqueles que apresentam sensibilidade ao glúten
não sendo celíacos, e desta forma estas dietas glúten-free reproduzem efeitos
muito positivos.
Resumindo,
faz sentido cortar radicalmente nos alimentos ricos em glúten? Faz,
logicamente, mas para quem precisa!
Se muitos
problemas gastrointestinais (e não só) ficarem resolvidos com a exclusão do
glúten da alimentação, nada a opor. Enquanto nutricionista não posso nunca
esquecer a individualidade de cada pessoa e as convicções em relação a
tolerâncias a alimentos.
O meu
conselho é simples: Se tem algum dos sintomas acima descritos, experimente
eliminar temporariamente alimentos ricos em glúten, e avalie os resultados. Se
por outro lado, não sente qualquer desconforto, mantenha apenas uma alimentação
saudável.
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