Querido Pai Natal, este ano portei-me como uma verdadeira
Londrina
Todos os anos apregoo que não
gosto do Natal, porém todos os anos ando numa excitação tal com listas de
presentes e com decorações de árvore de Natal e com vinho quente (hum, não
tenho bem a certeza se este ultimo é tradição de Natal, mas é a minha tradição).
Soube muito cedo que o Pai Natal não existia (desculpem lá meninos). Os meus
pais também nunca foram muito à bola com a coisa. Contudo, lá criavam e
mantinham o espírito natalício vivo por minha causa. E ser filha única (e muito
curiosa) tornava fácil encontrar onde a história natalícia não fazia sentido.
Não me
levem a mal, eu sempre adorei receber prendas de Natal. A minha memória de
Natal mais marcante era quando a RTP Madeira exibia o seu anúncio de Natal. A
música que acompanhava o anúncio ficará para sempre na minha cabeça. E sim, o
anúncio da Coca Cola também era algo muito especial. O ligar das luzes de Natal
também era algo memorável (até à pandilha Costa/ Passos/ Barroso/ Soares darem cabo
do país; sim, o meu Alberto também participou, mas são os seus fogos de artificio
os que ficam para a história e que tanto turista atraiu, criando o cartaz turístico
que ainda hoje faz parte dos roteiros).
Ser
madeirense faz com que a véspera de ano novo seja sempre mais marcante que a véspera
de Natal (pelo menos para os alcoólicos). Era a nossa noite, quando saíamos
para a borga que nem malucos e só chegávamos a casa a hora de almoço do dia seguinte.
Não houve um ano em que não fosse de direta para o almoço de família do
primeiro dia do ano! Já não o consigo fazer agora, infelizmente. Doem-me as
cruzes. E quero ver em direto o Dança Comigo aqui da terrinha. Coisas que só a
banda do reumático compreende.
Este mês
quero partilhar convosco os meus sítios favoritos para compras de Natal aqui em
Londres. Porquê Londres? Porque é onde eu vivo, porque é o sítio que eu chamo
de casa e porque é onde irei passar este Natal com a minha família. Tenho de admitir,
porém que a maior parte das compras foi feita online (tentei fazer compras o
ano passado no Hamleys, mega armazém de brinquedos; entrei na loja, dei uma
vista de olhos durante dois segundos, começou-me uma enxaqueca, saí da loja). O
centro turístico de Londres é mesmo excecional nesta altura do ano, mas a minha
paciência tem limites e prefiro navegar em mares mais calmos (com exceção dos armazéns
da Liberty London e da Fortnum & Mason). Os meus locais
favoritos para as compras de Natal, além dos já mencionados, encontram-se todos
na mesma rua: Portobello Road. Sim, é altamente turístico. Mas não numa Sexta
ou manhã cedo num Sábado (o maridão tem de me arrancar da cama para poder
cumprir este horário).
Aqui vai
a minha lista de Natal, versão Londrina!
Se
alguma vez por estas bandas nesta altura, espero que vos ajude.
Querido Pai Natal,
Tenho sido uma moça muito, muito bem-comportada.
Tenho andado a beber menos que o normal (uma garrafa a menos por dia, para ser
mais exata), tenho passeado o meu cão as sete da matina com um sorriso na cara
(exceto quando tenho de apanhar o seu lindo cocó), tenho sido uma boa mulher
(tirando ontem, anteontem e o ano passado todo talvez, não é relevante para
agora) e tenho sido uma boa Londrina (fico sempre no lado direito das escadas
rolantes e queixo-me sempre cada vez que alguém não pesca nada de como a fila
funciona; vê lá se abres a pestana).
Este ano gostaria de receber:
·
Decorações para a árvore de Natal
da Liberty London (adoro, adoro os monumentos de Londres em ponto pequeno)
·
Pinheiro de Natal do Mercado de
Portobello Road (não vejo a hora de ver os pinheiros todos alinhados para que
possamos escolher um!)
·
O relógio de parede da minha avó
arranjado numa das lojas do Mercado de Portobello Road (uma surpresa para o meu
pai; espero que ele goste de recordar as doze badaladas da véspera de Natal tal
como quando ouvia em miúdo na casa dos meus avós – tenho muitas saudades tuas,
querida avó Bela)
·
O quadro dos meus sogros com uma
moldura nova colocada numa das lojas do Mercado de Portobello Road (algo que irá
ser orgulhosamente pendurado na nossa sala, tal como estava na antiga casa do
meu marido)
·
Chocolates, chás, bolachas, sacos
e sacos de fudge (meu Deus, tive de ir até Edimburgo para perceber que sou
maluca, mas maluca à grande, por fudge) e Cerisettes de Natal (bombons de licor
de cereja com chocolate preto, moeda de suborno quando preciso de pedir algo ao
maridão, como quem diz mais sapatos)
·
Macaroons da Ladurée
·
Se possível (sei que será difícil),
um Culatello di Zibello, um enchido único e extremamente saboroso do Norte de Itália
(fizemos um tasting quando lá fomos na nossa road trip no ano passado –
tentarei partilhar numa próxima – era tão delicioso mas infelizmente o gato Lucrécio
não nos vendeu nenhum – não perguntem, é uma longa história)
Pouca coisa, portanto. Nada
de sapatos nem de roupa. Só um Natal feliz com o meu maridão, o meu cão, os
meus queridos pais e sogros, na nossa casa, com a barriga cheia de marisco e
com os cornos de rena tortos na minha cabeça porque bebi demasiado vinho.
Votos sinceros,
Tatiana
xx
PS – não esperes bolachas quando visitares a nossa casa
(nós vamos comê-las todas, de certezinha absoluta) mas espera sim um bom copo
de vinho Madeira. Depois disso lembra-te só de meteres as renas em piloto automátic
Dear Santa, this year I have been a good Londoner
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I always proudly and clearly say that I don’t
like Christmas but each year I get excited with presents lists and Christmas
tree decorations and mulled wine (hum, not quite sure about the latter but it’s
my own personal Christmas tradition). I knew quite early on that there is no
Santa (sorry about this kids) and my parents were not found of it as well.
Nevertheless, they carried on with the tradition for my sake. And being an only
(and curious) child it was easy to spot the story holes.
Don’t get me wrong, I always loved receiving
presents but my strongest Christmas memory was when our local TV channel
started airing the Christmas ad. Its tune will be stuck in my head forever. And
yes, the Coca-Cola ad was always something special. And the turning on of the
street lights was always memorable (up until the financial crisis hit us
meaning the lights went ecological meaning there were barely any lights…).
Being born in Madeira made New Year’s Eve a more
highly anticipated date. It was our chance to go out and party like crazy up
until next day’s lunch time. I always arrived at our family lunch on January
the first with zero hours sleep and a twelve-hour hangover. Hell yes! Can’t do
it anymore though… My lower back hurts. And I want to watch Strictly Come
Dancing.
I wanted to bring you this time my favourite
places to shop this Christmas here in London. Why London, you might ask? Because
it’s where I live, it’s what I call home now and it’s where I will be spending
Christmas with my family. I do have to admit that the majority of our Christmas
shopping was online (tried going to Hamleys last year; entered the store, had a
look around, it took 2 seconds, a migraine started, I left the store). London’s
touristy centre is really gorgeous this time of year but my patience is finite
and I prefer to cruise much calmer seas (Liberty and Fortnum & Mason are
the exceptions though). My favourite places to shop, apart from the previously
mentioned, are all on the same road: Portobello Road. Yes, it’s touristy. But
not on a Friday or on an early Saturday morning (my husband needs to kick me
out of bed for this).
Here goes my London’s Christmas shopping list!
If ever in town, hope this helps.
Dear Santa,
I have been a very, very good girl. I have been drinking less than
usual (one bottle less per day, to be more precise), I have walked my dog at
7am with a smile on my face (except when picking up his poop), I have been a
good wife (apart from yesterday, the day before and probably the rest of the
year, not relevant now) and I have been a good Londoner (always standing
on the right of the escalators and always complaining when someone does not understand
where the queue starts. Get it together man!).
This year, I would like:
·
Christmas tree decorations from Liberty London (love, love the
tiny London landmarks)
·
Christmas tree from Portobello Market (can’t wait to have them all
lined up to pick one!)
·
My grandma’s wall clock repaired (a surprise to my dad; hopefully
he will enjoy hearing the midnight striking ensemble at Christmas Eve as he
used to when he was a kid living at my precious grandparents’ house (I miss you
so much grandma Bela)
·
My in-laws’ painting with a new frame from Portobello Market (something
that will proudly be hung at our living room as it was at my husband’s previous
home)
·
Chocolates, teas, cookies, bags and bags of fudge (my God, I had
to go up to Edinburgh to become crazy, like proper crazy, about fudge!) and
Christmas Cerisettes (dark chocolate cherry liqueurs; my bribery currency when
I need something from my husband aka more shoes) from Fortnum & Mason
·
Macaroons from Ladurée
·
If possible (I know it’s hard), a Culatello di Zibello, a precious
and oh so tasty salumi from North Italy (we were there last year during our
mega road trip – I will try and share it on a different post – and it was
delicious but unfortunately Lucretius, the cat, didn’t sell us any – long
story, don’t ask)
Nothing much. Nothing on shoes or clothes. Just a merry little
Christmas with my husband, my dog, my beloved parents and in-laws, in our home,
with a belly full of seafood and with my reindeer horns misplaced on my head as
I had too much wine.
Yours truly,
Tatiana
xx
PS - don’t expect cookies at our house (we will have eaten them
all, fo’sho) but do expect a good glass of Madeira wine. After that just
remember to put the reindeers in auto pilot.
Trendsetter do mês
Lady Gaga
Mulher sem medos de
experimentar. Adoro como o seu estilo tem vindo a baixar de volume. Contudo, a
minha escolha deve-se ao facto de ela personificar o empowerment feminino e de estar sempre pronta para defender no que
acredita. You go girl!
Objeto de desejo do mês
Ténis da Josefinas
Porque temos de promover o
que e nosso. Sim, os ténis são caros. Mas são uma verdadeira obra de arte, de
como os artistas portugueses são especiais, dedicados, únicos e desprovidos de
promoção. E se fossem de uma marca estrangeira não se iriam queixar do preço.
PS - Eu sou uma dog person mas não resisti a estes belos
bichanos!
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