Porque somos viciadas
em açúcar?
O dia está a correr mal? Vamos beber um café ali na pastelaria para
desanuviar, pedimos o café ao balcão e os benditos doces fazem-nos salivar,
então achamos que o conforto pode estar mesmo ali à mão de semear.
A compulsão
alimentar é difícil de conter. A razão e a culpa entram em conflito. Olhamos
para aquele bolo e não resistimos: pedimos uma fatia. É só hoje. Mas no dia
seguinte vamos ter de novo dificuldades em resistir à tentação. E todos os dias
pensamos, é só hoje, acabamos por comer o doce, e naquele momento, realmente a
sensação de prazer invade-nos!
Consumir
açúcar faz-nos sentir bem. Quando o efeito passa, o que fazemos? Vamos em busca
de outro doce! Nunca estamos realmente felizes, satisfeitas e pior: sentimos
culpa!!! Mesmo assim, não conseguimos interromper esse ciclo... Falta de força
de vontade? Disciplina?
Identificaram-se
com esta primeira parte? Então vamos lá... “bora” perceber o que se passa na
nossa máquina (digo corpo)... e aprender umas dicas para contornar este
vício... que caso não saibam, assemelha-se ao vício de consumo de drogas! Ora
isto é realmente um assunto sério merecedor de muita atenção!
Quando comemos alimentos que são feitos com uma grande
quantidade de açúcar, uma enorme quantidade de dopamina (um neurotransmissor
produzido no cérebro) é liberada
provocando um grande sensação de prazer.
Quando
comemos açúcar muitas vezes e em grandes quantidades, os receptores de dopamina
começam a desregular, procurando por mais e mais prazer, fazendo com que
tenhamos menos receptores de dopamina.
Isto
significa que na próxima vez que comermos açúcar, o efeito de prazer é anulado.
Vamos precisar de maior quantidade para atingir os mesmos níveis de recompensa
no cérebro.
Quanto
mais viciados em açúcar ficamos, mais tolerantes à dopamina ficamos também,
pois para termos o mesmo nível de prazer, precisaremos de uma maior quantidade
de dopamina, pois os receptores são menos eficientes.
Assustador
não é?
E
então? E agora?
Existem
duas maneiras de contornar o problema, ou são radicais e fazem uma “cura” por abstinência,
cortando radicalmente com todos os produtos que contêm açúcar refinado; ou vão
retirando gradualmente o açúcar.
Não
vou dizer que um método seja melhor que outro, pois para umas pessoas pode
resultar melhor a abstinência e para outras, a abstinência poderá levar a uma
crise de compulsão.
A
minha dica para aqueles que não se identificam com o radicalismo é:
experimentem substitutos do açúcar: stevia, agave, açúcar de cacau e de coco,
tâmaras, etc.
Eu
sou uma fã da utilização das tâmaras para substituir o açúcar em algumas
receitas. As bolinhas de cacau são o meu último vício. Super fáceis de fazer e
acreditem... ajuda mesmo naquelas alturas que precisamos de satisfazer o
desejo.
Sabem
aquela hora em que andamos de uma lado para o outro, vamos petiscando, mas nada
nos satisfaz, porque na realidade queremos um doce, estas bolinhas são ouro!
Comem uma ou duas e aquela sensação de saciedade é imediatamente atingida.
Vamos
à receita?
Bolinhas de cacau, amêndoa, côco e
tâmaras
1
chávena de tâmaras
1
chávena de côco
2
chávenas de amêndoas (com pele de preferência)
½ chávena
de cacau em pó
Deixem
as tâmaras a demolhar durante cerca de 1h30. Retirem o caroço.
Numa
picadora (ou processador de alimentos tipo bimby) coloquem todos os
ingredientes. Piquem bem até formar uma pasta moldável (se ficar muito seco,
adicionem água).
Moldem
bolinhas... E está pronto a comer!
Mónica Santo
Sem comentários:
Enviar um comentário