Camadas de tule
O dia em que todos os
frufrus e renda e laços e folhos e camadas de tule são aceitáveis, quase
mandatários. Não que eu goste de excessos (minto, gosto de alguns excessos não
excessivos, se me entendem) mas neste dia tudo é permitido desde que quando ao se
olharem no espelho soltem os ais e as lágrimas de quem cujas fundações foram
abaladas como se tivessem levado com uma onda surfada pelo McNamara. Não que eu
tivesse padecido de tal, mas confesso que não esquecerei a minha primeira prova.
A minha mãe segredou-me
“Leva o teu pai para te ver vestida agora. Já conheces o teu pai, sabes que ele
não mostra muito as emoções, mas eu suspeito que ele não consegue aguentar tudo
no mesmo dia...”. Lá satisfiz as ordens do general lá de casa vindas dos seus
pequeninos 1,60m de altura (lá em casa a malta é toda esticada) e não é que
tinha razão. Não me esquecerei da expressão do meu pai, não chorou, mas os
olhos dele iluminaram-se de tal maneira que soube naquele momento que tinha
escolhido o vestido e o marido certos. Em certa parte, este brilho também
esboçava o contentamento de passar o testemunho ao Rui. “Coitado, nem sabe onde
se está a meter...” deve ter pensado o senhor meu pai.
Tenho lido ultimamente
muitos artigos sobre vestidos para convidados de casamento por isso achei por
bem fazer um artigo sobre vestidos para quem interessa, as noivas. Confesso que
mesmo após possuir uma aliança no meu anelar esquerdo há quase três anos ainda
compro revistas de noivas e leio tudo o que é fofoquices dos casamentos das
estrelas (não as que estão no céu, aquelas que estão nas constelações do
Instagram e do Facebook na galáxia de Hollywood).
Quando andei nas
pesquisas para o meu vestido elaborei uma lista de características que este
teria de possuir: original, divertido e informal. O meu querido marido é perito
em fazer pesquisas e comparações e lê tudo o que são reviews (não tenho
paciência para tal, mas, surpresa, os opostos atraem-se) e não é que também
andou a fazer pesquisas? E para culminar elaborou-me uma lista dos que gostava
mais? E para culminar dos culminares (já estou para lá do topo do monte
Evereste) não é que o vestido que me aqueceu a alma, que me encheu as medidas e
que me deixou com uma cintura de vespa foi o preferido dele?
Foi o primeiro e único
vestido que experimentei. Foi com esse vestido que entrei na igreja de braço
dado com o meu querido pai e com o qual o queixo do meu marido ficou no chão
(espero que sim, confesso que com tantas emoções acho que nem olhei para ele e só
reparei nos pormenores de decoração para ter a certeza que tudo estava como nos
meus planos).
Adoro os vestidos de
noiva da Rosa Clará (sou suspeita já que comprei lá o meu). As minhas escolhas vão desde, no espectro dos
sonhos, Elie Saab, Giambattista Valli, Valentino, Temperley London e Vera Wang
(e não me posso esquecer daquele Vivienne Westwood da nossa Carrie do “Sexo e a
Cidade”) até escolhas mais acessíveis, mas sem deixar de serem incríveis, como
a Self-Portrait, Maje, Monsoon, Asos e até uma H&M, porque não? Cada vez
mais os casamentos se despem de convenções (iupi!!) bem como os vestidos.
Aproveitem estes tempos modernos, como dizia a minha avó, e divirtam-se na
faixa menos convencional, façam escolhas arrojadas e originais. A quem se
encontra no meio deste oceano de vestidos declaro a minha inveja. Maridão,
podemos casar de novo?!
PS – Sonho meu que
envergonhadamente confesso: ser uma das noivas do programa de TV “Say Yes to
the Dress”!! Não que eu veja o programa em avalanche, episódio atrás de
episódio agarrada ao balde de gelado de peanut butter do Marks & Spencer...
Não, nada disso.
Frufrus amigos do bolso
Objecto de desejo do mês
Love Bracelets da Cartier
Trendsetter do mês
Stella McCartney
Tatiana Pina Mendes
boas dicas :)
ResponderEliminarxo, Ana Rita Leite
WHITE DAISY