terça-feira, 26 de julho de 2016

A PRIMEIRA DESPEDIDA

À medida que o tempo vai passando custa mais cá estar e custa tanto pensar que vamos. Vamos continuando a viver os nossos dias com a normalidade possível, mas o pensamento que este ou aquele momento pode ser o último vivido cá, com as "nossas" pessoas... É um conjunto de sentimentos tão intensos e tão opostos ao mesmo tempo que fica difícil explicar. Se custa ir? Custa. E ficar? Custa ainda mais.

Sinto que o meu tempo por cá já se acabou, que já fiz o que tinha a fazer e que agora chegou a hora de partir para novas experiências e, principalmente, que já estou atrasada para o reencontro da nossa família, nós os quatro, outra vez juntos, como tem de ser.

Explicar o porquê da nossa ida aos que mais gostamos não é fácil. Nem para mim foi fácil perceber que era isso que queria. No entanto, espero que percebam com o passar do tempo, que estamos a fazer o nosso caminho na estrada que, acreditamos, nos levará à felicidade. 

Este mês de Julho é o mês de quase todos os aniversários da família - o D., a mana (Mónica), o cunhado L. ( no mesmo dia da mana e que por acaso é sua mulher ;) ), a cunhada mais nova (mana do D.), o sobrinho mais velho e o mais novo (Afonso e Francisco, filhos da mana) e o pai do D.. Um mês de festa e em festa. Um mês com muitos motivos para festejar. Um mês de muitas alegrias, mas que será também, o mês do adeus, com muitas lágrimas.

Costumo falar muito da minha ida, mas nunca falei da do D., nem posso. O que ele sentiu há um ano e três meses quando partiu, por mérito próprio para outro país, só ele saberá, só ele poderá descrever. Bem, como todas as dificuldades de estar longe da família e de todos, viver sozinho, perder cada conquista do António, assistir via FaceTime à evolução da escrita do Vasquinho. Ele não diz, não comenta, não se queixa (só que lhe custa fazer o jantar todos os dias ;)), mas pede para irmos e cada vez que o faz quase que consigo sentir o peso que carrega por não estarmos lá ainda. 

Esta sexta, preparei a festa do D. cá em casa, depois de jantar. Vieram alguns amigos e a família. Infelizmente, alguns dos nossos amigos já estavam de férias e não puderam estar presentes. Mas ainda assim, eramos 40. Era a noite do D., a noite que escolhemos para celebrar o seu 34º aniversário com as pessoas que mais gostamos. Mas, era inevitável que não estivesse também muito presente o facto de ser das últimas oportunidades para estarmos todos juntos. Os habituais discursos em dias de festa, foram todos nesse sentido. Uns desejaram saúde, sorte, coisas boas, outros falaram da falta que vamos fazer, outros ainda deram os parabéns pela conquista e por termos agarrado a oportunidade. É bom sentir que gostam de nós, é bom sentir que somos queridos, é melhor ainda sentir que nos apoiam e acreditam em nós.

Bom, mas foi uma festa e não há festa sem bolo e champanhe :) Desta vez o bolo não foi feito por mim, encomendei à Susana, que faz tudo com muito carinho e perfeição. Ficou muito bonito e super saboroso! E, assim fiquei com tempo para preparar o resto da festa ;)

No dia a seguir, foi a festa da mana e do L. e este fim de semana há mais! :)

No meio de tanta festa e agitação, eu continuo a ser protagonista na interminável história das mudanças... Outro dia falo sobre isso ;)

Ana




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